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Curitiba
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Curitiba é um município brasileiro, capital do estado do Paraná, localizada a 945 metros de altitude no primeiro planalto paranaense,[7] a aproximadamente 110 quilômetros do Oceano Atlântico.[8] Em 2007, segundo a revista norte-americana Reader's Digest, era a cidade com melhor qualidade de vida do Brasil.[9] É a oitava cidade mais populosa do Brasil e a maior do sul do país, com uma população de 1.746.896 habitantes.[4] É a cidade principal da Região Metropolitana de Curitiba, formada por 26 municípios e que possui 3 172 357 habitantes[10][11] sobre uma área de 15 447 km²,[12] o que a torna a oitava região metropolitana mais populosa do Brasil.[13]
Fundada em 1693, a partir de um pequeno povoado bandeirante, Curitiba se tornou uma importante parada comercial com a abertura da estrada tropeira entre Sorocaba e Viamão.[14] Em 1853 tornou-se a capital da recém-emancipada província do Paraná e desde então a cidade, conhecida pelas suas ruas largas,[15] manteve um ritmo de crescimento urbano fortalecido pela chegada de uma grande quantidade de imigrantes europeus ao longo do século XIX, na maioria alemães, poloneses, ucranianos e italianos,[16] que contribuíram para a diversidade cultural que permanece até hoje. A cidade experimentou diversos planos urbanísticos e legislações que visavam conter seu crescimento descontrolado e que a levaram a ficar famosa internacionalmente pelas suas inovações urbanísticas e o cuidado com o meio ambiente.[17] A maior delas foi no transporte público,[18][19][20] cujo sistema inspirou o TransMilenio, sistema de transporte de Bogotá, na Colômbia. Hoje, a cidade tem um senso de vida cosmopolita, é considerada a capital com melhor qualidade de vida do Brasil,[21] com um polo industrial diversificado que lhe dá o posto de quinta maior economia do Brasil,[6] sendo considerada umas das cinco melhores cidades para se investir na América Latina.[22]
Curitiba também tem altos índices de educação. Tem o menor índice de analfabetismo e a melhor qualidade na educação básica entre as capitais,[21][23]. O Índice Mastercard de Mercados Emergentes 2008, criado com a intenção de avaliar e comparar o desempenho das cidades em diferentes funções que interligam os mercados e o comércio no mundo inteiro, indicou Curitiba na 49ª colocação entre as cidades com maior influência global.[24] Curitiba também foi citada em uma recente pesquisa publicada pela revista Forbes, como a 3º cidade mais "esperta" do mundo, que considera esperta a cidade que se preocupa, de forma conjunta, em ser ecologicamente sustentável, com qualidade de vida, boa infraestrutura e dinamismo econômico.[25]
Índice[esconder] |
A hipótese mais popular para a origem do nome da cidade é a de que este derivaria da expressão indígena "curi'i ty(b) ba", que em língua guarani significa "muito pinhão".[26]
Mais precisamente, "Curi'i", ou "coré" significa "pinheiro-do-paraná", ou talvez "pinhão" (a semente do pinheiro), "tib" vem do verbo existencial "i tib" e "ba" é um sufixo locativo, livremente traduzido para "lugar onde".[27] Outra hipótese se refere à língua tupi, falada pelos colonizadores portugueses na época.[28] Em tupi, coré seria algo como pinheiro, pinhão.[29] E etuba é um sufixo que indica ajuntamento, portanto seria algo como "ajuntamento de pinheiros", ou conforme traduz Silveira Bueno, pinheiral.[29]
A denominação pela qual são conhecidos os habitantes do município é curitibanos, denominação que já serviu de topônimo para um município do estado vizinho de Santa Catarina, isto é, o município de Curitibanos, fundado por antigos habitantes de Curitiba.[30]
Mapa de Curitiba em 1894.
As primeiras movimentações, no território curitibano, se deram através de Paranaguá, via estrada de Cubatão, e ocorreram por conta de expedições de bandeiras, que vinham à cata de ouro.[31] A primeira expedição oficial coordenadora dos serviços de exploração de minas de ouro nos Distritos do Sul (incluindo Curitiba) foi chefiada por Eleodoro Ébano Pereira.[32] Os primeiros nomes que aparecem na história curitibana, depois de Ébano Pereira, são os de Balthazar Carrasco dos Reis e Matheus Martins Leme.[31] No entanto, segundo o historiador Romário Martins, "...não foi esse o primeiro grupo povoador do planalto curitibano. Antes dele houve os que fundaram arraiais de mineradores mais ou menos estáveis na região aurífera atravessada pelos caminhos de Açungui e do Arraial Queimado (Bocaiuva do Sul)", a seguir Borda do Campo (Atuba) e Arraial Grande (São José dos Pinhais)".[33]
Em 1668, Gabriel de Lara, o povoador, erigiu o pelourinho na povoação de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, assistido por um grupo de dezessete povoadores, iniciando-se a partir dessa data, de forma ininterrupta, a história oficial de Curitiba.[34] Todavia, Gabriel de Lara não é considerado o fundador de Curitiba, sendo que alguns historiadores atribuem o fato a Eleodoro Ébano Pereira.[34]
Há uma lenda a respeito da fundação de Curitiba, contada por diversos historiadores, à qual estão ligados os grupos de primitivos povoadores, representados pelas famílias Seixas, Soares e Andrade.[31] Esses bandeirantes, em época incerta, teriam convidado o cacique dos Campos de Tindiquera, às margens do Rio Iguaçu, para que lhes indicasse o melhor local para a instalação definitiva da povoação.[35] O cacique, à frente de um grupo de moradores, trazendo na mão uma grande vara, após andar muito percorrendo grande extensão de campos, fincou uma vara no chão e disse: "Aqui", e neste local foi erigida uma pequena capela, construída de pau-a-pique, no mesmo lugar onde se encontra a igreja matriz de Curitiba, sendo substituída por outra, feita de pedra e barro, que serviu a comunidade de 1714 a 1866, quando foi edificada a Catedral Metropolitana.[31]
Em 29 de março de 1693, o povoado de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba foi elevado a categoria de Vila.[36] Nessa época, segundo Romário Martins, além de Matheus Leme e Carrasco dos Reis, que moravam no Barigui, ainda habitavam uma vila "...o capitão Antonio Rodrigues Seixas, escrivão da vila em 1693, em Campo Magro; Manoel Soares e Aleixo Mendes Cabral, no Passaúna, João Rodrigues Cid, no Cajuru, Antonio Rodrugues Cid no Uberaba, etc."[37] Não existe efetivamente uma data exata da fundação do núcleo Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, mais tarde Curitiba.[31] Mas, se levarmos em consideradção os registros do dr. Raphael Pires Pardinho, Ouvidor-Geral da Vila, em 1721, admite-se o ano de 1661 como oficial.[31]
Panorama de Curitiba, em gravura de Jean-Baptiste Debret, 1827.
Curitiba passou a sede de comarca através de Alvará Imperial, em 19 de dezembro de 1812, e foi elevada à categoria de cidade pela Lei Provincial nº 05 de 5 de fevereiro de 1842.[37] Pela Lei Imperial nº 704, de 29 de agosto de 1853, Curitiba foi elevada à categoria de capital da recém criada Província do Paraná.[37] Foi uma luta árdua, a da emancipação política paranaense, nesta vitória muitos deixaram seu nome gravado nos anais da história.[37] Em 1953 a Câmara Municipal de Curitiba funcionava próximo ao pátio da matriz. tendo a seguinte composição: Benedito Enéas de Paula, Fidélis da Silva Carrão, Manoel José da Silva Bittencourt, Floriano Berlintes de Castro, Francisco de Paula Guimarães, Inácio José de Moraes, Francisco Borges de Macedo, Antonio Ricardo Lustoza de Andrade, tendo na presidência o coronel Manoel Antonio Ferreira.[37]
A partir do movimento imigratório desencadeado no Paraná em 1829, a cidade de Curitiba recebeu, por diversos flancos, levas de famílias, em diversas épocas e das mais diferentes nacionalidades, sendo inclusive alvo de imigração voluntária, o que influiu na sua formação social, cultural e econômica, com o passar dos anos.[37] Em 1894, por causa da Revolução Federalista, Curitiba foi invadida e dominada por tropas revolucionárias, comandadas por Gumercindo Saraiva.[31] Nessa época toda a cúpula governamental, liderada pelo governador em exercício, dr. Vicente Machado, abandonou a capital, refugiando-se em Castro, só retornando a Curitiba após o fim do cerco.[31]
Vista geral de Curitiba em 1900, com dados de progressão populacional: 1780 (2.949 hab.), 1857 (10.000 hab.), 1858 (11.313 hab.), 1872 (11.730 hab.), 1890 (24.553 hab.), 1900 (50.124 hab.)
Um dos mais expressivos acontecimentos da história curitibana deu-se em 1912, com a fundação da Universidade Federal do Paraná, idealizada e realizada por Victor Ferreira do Amaral, Nilo Cairo e Pamphilo de Assumpção.[31] Após a implantação da República, o primeiro prefeito de Curitiba foi Cândido Ferreira de Abreu (maio de 1893 a dezembro de 1894).[31] Em 1911, o município era formado por apenas o distrito da sede,[35] sendo que em 1929 estava subdividido em 6 Distritos de Paz: Campo Magro, Nova Polônia, Portão, São Casemiro do Taboão, Santa Felicidade e o da Sede. De acordo com a Divisão Territorial de 1936, a comarca de Curitiba compreendia três termos, o da sede (Piraquara, Rio Branco e Tamandaré), o de Araucária e o de Colombo (Bocaiuva e Campina Grande).[35] A Lei Estadual nº 1452, de 14 de dezembro de 1953, estabeleceu a nova divisão judiciária do município, criando dez Distritos Judiciários, que eram: Sede, Portão, Taboão, Barreirinha, Boqueirão, Cajuru, Campo Comprido, Santa Felicidade, Umbará e Tatuquara.[35]
Em 1820 Curitiba recebeu a visita do sábio francês Saint-Hilaire, que ficou maravilhado com a cidade, e alguns trechos de suas anotações dizem o seguinte: "...As ruas são largas e quase regulares... a praça pública é quadrada, muito grande e coberta de grama... as igrejas são em número de três, todas construídas de pedra... em nenhuma outrra parte do Brasil eu havia havia tantos homens verdadeiramente brancos, como no distrito de Curitiba... pronunciam o português sem a alteração que revela a mistura da raça caucásica com a vermelha... são grandes e bonitos, tem os cabelos castanhos e tez rosada, maneiras agradáveis... as mulheres têm traços mais delicados do que as das outras partes do Império por onde viajei. Elas se escondem menos e conversam com desenvoltura".[38] Esta descrição é um reflexo da civilidade e determinação do povo curitibano de 1820, que faz a base da Curitiba do final do século XX.[38] Da Curitiba do Ligeirinho, da Ópera de Arame, da Rua das Flores e da Rua 24 Horas.[38]
Imagem de satélite de Curitiba.
O município de Curitiba ocupa uma área de 430,9 km²,[39] na localiza-se a 25º25'48" de longitude sul da Linha do Equador e 49º16'15" de longitude oeste do Meridiano de Greenwich e com fuso horário -3 horas em relação à hora mundial GMT. No Paraná, o município faz parte da Mesorregião Metropolitana de Curitiba, fazendo divisa com os municípios de Almirante Tamandaré, Colombo, Pinhais, São José dos Pinhais, Fazenda Rio Grande, Araucária, Campo Largo e Campo Magro.
Curitiba está localizada no primeiro planalto do Paraná, na sua parte menos ondulada, no também denominado planalto curitibano. O litoral do estado está a uma distância de setenta quilômetros da cidade (Oceano Atlântico). O município tem uma extensão norte-sul de 39 km e leste-oeste de 23 km.
Curitiba é a cidade-polo da Região Metropolitana, que atualmente é composta por 26 municípios.
Na região de Curitiba encontram-se sedimentos da formação Guabirotuba, que ocorreram durante o Quaternário Antigo ou Pleistoceno, de origem flúvio-lacustre que preencheram uma antiga e grande depressão, formando a chamada bacia de Curitiba.
Cadeia de montanhas da Serra do Mar vista do Centro de Curitiba.
Curitiba possui superfície de 434,967 km² no Primeiro Planalto Paranaense, o qual foi descrito por Reinhard Maack (1981) como "uma zona de eversão entre a Serra do Mar e a Escarpa Devoniana", mostrando um plano de erosão recente sobre um antigo tronco de dobras. Uma série de terraços escalonados são dispostos em intervalos altimétricos caracterizando Curitiba com uma topografia ondulada de colinas suavemente arredondadas, ou seja, um relevo levemente ondulado, dando-lhe uma fisionomia relativamente regular.
O município possui uma altitude média de 945 m acima de nível do mar, sendo que o ponto mais alto está ao norte, correspondendo à cota de 1.021 metros, no bairro Lamenha Pequena, dando-lhe uma feição topográfica relativamente acidentada e composta por declividades mais acentuadas, devido à proximidade com a Região Serrana de Açungui. Ao sul encontra-se a situação de mais baixo terraço, com cota de 912 m, localizada no bairro do Caximba, na cabeceira do rio Iguaçu.
Há cadeias montanhosas e conjuntos de elevações rochosas em praticamente todo o entorno da cidade, sendo o mais notável e imponente destes a Serra do Mar, localizada a leste e que separa o planalto do litoral do Paraná.
Ao norte, há elevações na região de Rio Branco do Sul e ao oeste, singelos conjuntos de morros em Campo Magro. Já ao sul da cidade não há elevações sensíveis, a não ser próximo da fronteira com Santa Catarina.
Inverno no Parque Barigui
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Curitiba tem um clima temperado marítimo ou clima subtropical de altitude (Cfb) de acordo com a classificação climática de Köppen.[fonte fiável?][carece de fontes?] Localizada no sul do Brasil, a cidade úmida fica numa zona de clima temperado.[40][ligação inativa] O município está localizado em um planalto e o terreno plano com áreas inundadas contribuem para o seu inverno ameno e úmido, com temperatura média de 13 °C no mês mais frio, caindo por vezes abaixo de 2 °C, em dias mais frios. Durante o verão, a temperatura média é em torno de 21 °C, mas pode subir acima de 30 °C, em dias mais quentes,mas situada ao nível do mar. Ondas de calor durante o inverno e ondas de frio no verão não são incomuns e mesmo dentro de um único dia pode haver uma grande variação, uma característica típica do clima subtropical. Vários fatores contribuem para a natureza variável do clima: o terreno plano rodeado por montanhas em forma arredondada com raio de 40 km ajuda a bloquear os ventos, permitindo que a neblina matinal cubra a cidade nas manhãs de frio.
Geada no Parque Barigui.
O nivelamento do terreno dificulta a drenagem da água após chuvas rápidas, proporcionando uma boa fonte de vapor de água para a atmosfera. Muitas vezes frentes frias vindas da Antártida e da Argentina durante todo o ano trazem tempestades tropicais no verão e ventos frios no inverno. Podem mover-se muito rapidamente, com não mais de um dia entre o início dos ventos do sul e do início da chuva.[41] O clima de Curitiba também é influenciado pelas massas de ar seco que dominam o centro-sul do Brasil na maioria do ano, trazendo tempo frio e seco, às vezes até no inverno.[42]
Segundo o SIMEPAR, a temperatura mínima absoluta de Curitiba foi -6,0 °C em 18 de julho de 1975.[43] Já a temperatura máxima registrada pelo INMET foi 34,2 °C em 17 de novembro de 1985. O professor Reinhard Maack relata o registro de -6,3 °C em Curitiba, em 14 de junho de 1920. Porém, de acordo com o livro "Geografia do Brasil" de Marcos de Amorim Coelho e Nilce Bueno Soncin, a temperatura na cidade já chegou a -8,9 °C no século XIX. As temperaturas negativas, contudo, tornaram-se mais raras no período posterior ao ano 2000, ainda que a temperatura caia até -2 °C em alguns anos. A ocorrência de neve é rara, sendo registrada em média uma vez a cada dez anos. Oficialmente a neve foi registrada nos anos de 1889 de 1892 de 1912 de 1928 (dois dias), 1943 de 1955 de 1957 de 1963 de 1975 de 1979 de 1981 e 1988.
[Esconder]Médias de temperatura do ar e precipitação para Curitiba | |||||||||||||
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Mês | Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez | Ano |
Temperatura máxima registrada (°C) | 34,2 | 33,0 | 33,5 | 30,8 | 28,9 | 31,6 | 27,5 | 32,0 | 33,5 | 32,0 | 33,9 | 33,3 | 34,2 |
Temperatura máxima média (°C) | 25,9 | 26,2 | 25,0 | 22,6 | 20,5 | 19,3 | 19,1 | 20,2 | 20,3 | 22,0 | 23,8 | 29,1 | 29,1 |
Temperatura mínima média (°C) | 16,2 | 16,7 | 15,7 | 13,3 | 10,6 | 8,7 | 8,4 | 8,9 | 9,9 | 12,3 | 13,8 | 15,4 | 8,4 |
Temperatura mínima registrada (°C) | 7,2 | 9,0 | 4,6 | -1,4 | -2,2 | -4,0 | -6,0 | 3,7 | -1,5 | 1,3 | 3,0 | 11,8 | -6,0 |
Precipitação (mm) | 183 | 140 | 127 | 81 | 107 | 96 | 93 | 71 | 110 | 134 | 128 | 150 | 1 420 |
Fonte: Simepar [43] 15 de setembro de 2008. |
Araucária durante o pôr-do-sol em Curitiba.
Curitiba está situada no domínio vegetacional denominado floresta ombrófila mista, composto por estepes gramíneo-lenhosas pontuadas por capões de florestas com araucária, além de outras formações, como várzeas e matas ciliares. Na vegetação local ainda aparecem remanescentes do pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia), que resistiram à ação civilizadora dos tempos atuais. As araucárias estão em bosques particulares e públicos, agora protegidas pela legislação ambiental que impede a sua derrubada.
Medições recentes indicam que a área verde de Curitiba é de 51,5 m² por habitante - cerca de três vezes superior à área mínima recomendada pela ONU - sendo um dos índices mais altos do Brasil[44] e superior ao de uma cidade como Londres.[45] Tais áreas são compostas, fundamentalmente, por parques e bosques municipais a proteger parte das matas ciliares de rios locais, como o rio Barigui e o rio Iguaçu. Há também na cidade uma grande variedade de praças e logradouros públicos, associados a vias públicas habitualmente bem arborizadas. No ano de 2007 a cidade ocupou o terceiro lugar numa lista das "15 Cidades Verdes" do mundo, de acordo com o sítio estadunidense Grist.[46]
A vegetação da cidade também é caracterizada pela existência de uma grande quantidade de ipês roxos e amarelos que dão um toque especial à paisagem da cidade durante a floração de final de inverno.
Rio Iguaçu, na passagem pelo bairro Umbará, região sul da cidade.
Bacias hidrográficas | Área | |
(km²) | (%) | |
Ribeirão dos Padilhas | 33,8 | 7,82 |
Rio Atuba | 63,71 | 14,74 |
Rio Barigüi | 140,8 | 32,58 |
Rio Belém | 87,77 | 20,31 |
Rio Iguaçu | 68,15 | 15,77 |
Rio Passaúna | 37,94 | 8,78 |
Total | 432,17 | 100,0 |
Fonte: SMSA - Secretaria Municipal de Saneamento Elaboração: IPPUC / Banco de Dados |
O principal rio do estado é o Paraná, sendo que o município de Curitiba localiza-se à margem direita e a leste da maior sub-bacia do rio Paraná, a bacia hidrográfica do rio Iguaçu. Os principais rios que constituem as seis bacias hidrográficas do município são: rio Atuba, rio Belém, rio Barigui, rio Passaúna, ribeirão dos Padilhas e rio Iguaçu, todos com características dendríticas de drenagem.
Conforme tabela à esquerda, pode-se constatar que a maior bacia hidrográfica de Curitiba é a do rio Barigui, que corta o município de norte a sul e perfaz um total de 139,9 km². Ao sul do município tem-se a menor bacia hidrográfica de Curitiba, a do ribeirão dos Padilhas, com 33,6 km² de área. Devido ao relevo de Curitiba possuir predominância de maiores altitudes ao norte do município, todas as seis bacias hidrográficas correm para o sul do município, indo desembocar no principal rio de Curitiba, o Iguaçu, que por sua vez irá desaguar no rio Paraná, no oeste do estado.
Em razão de certas particularidades, as chuvas costumam ocasionar cheias consideráveis nos rios de Curitiba, causando enchentes regulares, o que é constante motivo de preocupação para a população e a administração pública. Atualmente, após uma série de estudos sobre os cursos de água locais, quase todos os rios estão em processo de canalização.
Fonte: Barsa Planeta Ltda.
Curitiba vista do Parque Barigui.
A população de Curitiba de acordo com Censo 2010 é de 1.746.896 habitantes (100% urbana; 832.500 homens e 914.396 mulheres). E uma densidade demográfica de 4.132,3 habitantes por km²,[47] conforme dados coletados pelo IBGE. Além disso, o censo demográfico de 2000 já colocava Curitiba na sétima posição entre as cidades mais populosas do Brasil. No mesmo ano, a cidade foi líder em longevidade entre as metrópoles brasileiras, com esperança de vida ao nascer de 71,6 anos.[48] Sua região metropolitana possui 3.172.357 de habitantes[47][11]
A maior densidade populacional verifica-se na região sul da cidade, sendo o bairro CIC o mais populoso, com 174.383 habitantes em 2005. O bairro mais denso da cidade é o Água Verde, com 10.476 hab/km².
Segundo os resultados dos últimos censos, a população da cidade elevou-se de 483.038 habitantes, em 1970, para 843.733 habitantes em 1980. O município de Curitiba (434,967 km²), que pertence à microrregião nº 268 (Curitiba), teve sua população aumentada, no mesmo período, de 624.362 habitantes para 1.025.979 habitantes, elevando-se sua densidade de 1.411 hab./km². Em termos percentuais, o aumento populacional da cidade entre 1960 e 1970 foi de 40%, enquanto que, de 1970 a 1980, elevou-se a 74%.
Também de acordo com dados divulgados pelo censo realizado no ano 2000 pelo IBGE, a mortalidade infantil até cinco anos de idade era 24,26 a cada mil crianças, a taxa de fecundidade era 1,74 filhos por mulher e a taxa de alfabetização era de 96,63%. De acordo com o PNUD, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M) 2000 era de 0,856, sendo o IDH-M Renda 0,846, o IDH-M Longevidade 0,776 e o IDH-M Educação 0,946.
Vista para o Mossunguê a partir da Sta. Quitéria, em Curitiba.
Praça do Japão, memorial à imigração japonesa.
Na sua formação histórica, a demografia de Curitiba é o resultado da miscigenação das três etnias básicas que compõem a população brasileira: o índio, o europeu e o negro. Mais tarde, com a chegada dos imigrantes, especialmente poloneses, ucranianos, italianos, alemães e japoneses, formou-se um caldo de cultura singular, que caracteriza a população da cidade, seus valores e modo de vida. Segundo o censo de 2000 do IBGE, a população de Curitiba está composta por: brancos (77,4%), pardos (18,2%), pretos (2,9%), amarelos e indígenas (1,4%).
Como a maioria da população do sul do Brasil, Curitiba é habitada principalmente por brasileiros de ascendência europeia. Os primeiros europeus a chegar na região eram de origem portuguesa, durante o século XVII. Eles se misturaram com os povos nativos e com os escravos africanos.[49]
No século XIX, o afluxo de imigrantes da Europa aumentou. Em 1828, os primeiros imigrantes alemães situaram-se no Paraná. No entanto, um grande número de imigrantes provenientes da Alemanha, apenas para Curitiba, chegou durante a década de 1870, vindo a maioria deles de Santa Catarina ou alemães do Volga da Rússia.[50]
Réplica de Igreja Ucraniana no Parque Tingui.
Os imigrantes chegaram da Polônia em 1871, fixando-se em zonas rurais próximas a Curitiba. Eles influenciaram largamente a agricultura da região. Curitiba tem a segunda maior diáspora polaca no mundo, perdendo apenas para Chicago.[49] O Memorial da Imigração Polonesa foi inaugurado em 13 de dezembro de 1980, após a visita do Papa João Paulo II na cidade em junho do mesmo ano. Sua área é de 46 mil metros quadrados, onde havia uma fábrica de velas.[51]
Italianos imigrantes começaram a chegar no Brasil em 1875 e em Curitiba em 1878. Eles vieram na maior parte das regiões de Vêneto e Trento, no norte da Itália, e se estabeleceram principalmente no bairro Santa Felicidade, ainda hoje o centro da grande comunidade italiana de Curitiba.[52]
Memorial Árabe, memorial à imigração árabe.
Um grande número de imigrantes ucranianos fixaram-se em Curitiba, principalmente entre 1895 e 1897, quando cerca de 20.000 pessoas chegaram. Eles eram camponeses da Galícia, que imigraram para o Brasil para se tornarem agricultores. Existem hoje cerca de 300.000 brasileiros de origem ucraniana que vivem no Paraná.[53][54] O Estado do Paraná tem a maior comunidade ucraniana e comunidade eslava do país.[55]
Curitiba tem uma comunidade judaica bem estabelecida,[56] originalmente estabelecida em 1870.[57] Grande parte da congregação judaica inicial foi assimilada.[58] Em 1937, com a conquista do poder pelos nazistas na Alemanha, vários acadêmicos judeus alemães notáveis foram admitidos no Brasil, alguns deles situando-se em Curitiba.[59]
O físico César Lattes e os ex-prefeitos Jaime Lerner[60] e Saul Raiz eram judeus. Um monumento em memória do Holocausto foi construído na cidade. Existe também um centro comunitário, uma casa Habad (Beit Chabad), em Curitiba,[61] bem como pelo menos duas sinagogas[62] e dois cemitérios judaicos,[63] uma das quais foi contaminada por antissemitas em 2004.[64]
Imigrantes japoneses começaram a chegar na região em 1915, a maioria estabelecendo-se no Estado de São Paulo e no Norte do Paraná, como nas cidades de Maringá e Londrina, mas Curitiba também recebeu um número significativo de imigrantes do Japão. Atualmente, cerca de 40.000 japoneses-brasileiros vivem na cidade.[65]
Outros imigrantes, como libaneses, sírios, palestinos, russos e outros europeus do leste também se estabeleceram em Curitiba.
Palácio 29 de Março, atual sede da prefeitura de Curitiba.
A administração se dá pelo poder executivo, poder legislativo e poder judiciário.
O primeiro representante do poder executivo e prefeito do município foi José Borges de Macedo, eleito treze anos após a Independência do Brasil e sete anos anteriores à elevação da cidade à categoria da mesma. A atual legislatura municipal foi eleita em 2008, devendo terminar seu mandato em outubro de 2012. Exerce o cargo de prefeito municipal o senhor Luciano Ducci, que assumiu a prefeitura após a renúncia de Beto Richa (eleito em 2004 e reeleito em 2008), para poder ser candidato ao Governo do Estado do Paraná.
Fachada da Câmara Municipal de Curitba, na rua Barão do Rio Branco
A Câmara Municipal de Curitiba representa o poder legislativo. Sua bancada é formada por 38 vereadores e está composta da seguinte forma: uma cadeira do Partido Social Democrata (PSL); uma cadeira do Partido Republicano Brasileiro (PRB); uma cadeira do Partido Republicano Progressista (PRP); uma cadeira do Partido Social Cristão (PSC) duas cadeiras do Partido Progressista (PP); duas cadeiras do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB); duas cadeiras do Partido Popular Socialista (PPS); três cadeiras do Democratas (DEM); três cadeiras do Partido Verde (PV); três cadeiras do Partido Democrático Trabalhista (PDT); três cadeiras do Partido dos Trabalhadores (PT); três cadeiras do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e treze cadeiras do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).
O Fórum da Comarca, o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná e o Ministério Público são os representantes do poder judiciário em Curitiba.
Segundo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2008 existiam 1.254.776 eleitores alistados, em todo o município.
Os símbolos oficiais do município são a bandeira, o brasão e o hino, este composto por Ciro Silva e Bento Mossurunga. Adicionalmente, e por meio da Lei municipal 10.236, a Câmara Municipal de Curitiba instituiu como "Local Símbolo da Cidade de Curitiba" o prédio histórico da Universidade Federal do Paraná.
As cidades-irmãs de Curitiba, incluindo as agraciadas com o título honorífico "Cidade Irmã de Curitiba" (instituído pela lei nº 4.740/1973), são:
Curitiba é dividida em nove administrações regionais (equivalentes a subprefeituras), que gerenciam os 75 bairros do município:
Administração regional | Bairros | |
---|---|---|
Matriz | Centro, Centro Cívico, Batel, Bigorrilho, Mercês, São Francisco, Bom Retiro, Ahu, Juvevê, Cabral, Hugo Lange, Jardim Social, Alto da XV, Alto da Glória, Cristo Rei, Jardim Botânico, Prado Velho e Rebouças | |
Santa Felicidade | Santa Felicidade, Lamenha Pequena, Butiatuvinha, São João, Vista Alegre, Cascatinha, São Brás, Santo Inácio, Orleans, Mossunguê, Campina do Siqueira, Seminário, Cidade Industrial (região Norte), e parte de Campo Comprido; | |
Boa Vista | Boa Vista, Bacacheri, Bairro Alto, Tarumã, Tingui, Atuba, Santa Cândida, Cachoeira, Barreirinha, Abranches, Taboão, Pilarzinho e São Lourenço; | |
Cajuru | Cajuru, Uberaba, Jardim das Américas, Guabirotuba e Capão da Imbuia; | |
Fazendinha/Portão | Portão, Fazendinha, Santa Quitéria, Vila Izabel, Água Verde, Parolin, Guaira, Lindoia, Fanny, Novo Mundo e parte de Campo Comprido; | |
Boqueirão | Boqueirão, Xaxim, Hauer e Alto Boqueirão; | |
Pinheirinho | Pinheirinho, Capão Raso, Tatuquara, Campo de Santana e Caximba; | |
Bairro Novo | Sítio Cercado, Ganchinho, e Umbará; | |
Cidade Industrial de Curitiba | Cidade Industrial de Curitiba (região Centro/Sul), Riviera, Augusta e São Miguel. |
Anos | PIB (em mil reais) | PIB per capita (em reais) |
---|---|---|
2002 | 20.507.195 | 12.313 |
2003 | 24.186.948 | 14.259 |
2004 | 27.305.951 | 15.811 |
2005 | 29.821.203 | 16.964 |
2006 | 32.153.307 | 17.977 |
2007 | 37.791.140 | 21.025 |
Curitiba é o centro econômico do estado do Paraná e o quinto maior PIB do país.[6] Em parte, isso se deve à população de mais de três milhões de habitantes, se for considerada a sua região metropolitana; a cidade se destaca por ter a economia mais forte do sul do país,[70] contando o trabalho de exportação das novecentas fábricas instaladas no bairro Cidade Industrial e das duas grandes indústrias automobilísticas que estão localizadas na Grande Curitiba, Renault e Volkswagen. Ademais, foi eleita várias vezes como "A Melhor Cidade Brasileira Para Negócios", segundo ranking elaborado pela revista Exame, em parceria com a consultoria Simonsen & Associados.[71]
Em julho de 2001, Curitiba tornou-se a primeira cidade a receber o prêmio "Polo de Informática" concedido pela revista Info Exame, pelo desempenho de suas empresas de tecnologia. De acordo com a revista, o conjunto de empresas de Tecnologia e Informática sediadas em Curitiba apresentou, em 2001, um faturamento de U$ 1,2 bilhão, representando um crescimento de 21% em relação ao ano anterior.[72]
Além disso, a capital paranaense concentra a maior porção da estrutura governamental e de serviços públicos do estado e sedia importantes empresas nos setores de comércio, serviços e financeiro. Com um parque industrial de 43 milhões de metros quadrados,[73] a região metropolitana de Curitiba atraiu grandes empresas como ExxonMobil, Elma Chips, Sadia, Kraft Foods, Siemens, Johnson Controls e HSBC, bem como grandes empresas locais - O Boticário e Positivo Informática, por exemplo. Além de centro comercial e cultural, a cidade possui um importante e diversificado parque industrial incluindo o segundo maior polo automotivo do país[74] e o principal terminal aeroviário internacional da região Sul,[75][76] o Aeroporto Internacional Afonso Pena.
O município de Curitiba concentra quase toda a sua população na área urbana, tendo, portanto, uma reduzida atividade agropecuária. Devido ao desenvolvimento urbano da cidade, em Curitiba não existe mais agricultura, não mais sobrando terras para o plantio de certos produtos econômicos. Se houve agricultura no passado, muitos dos agricultores e pecuaristas se mudaram para outros municípios da Região Metropolitana de Curitiba.
O intenso movimento comercial de Curitiba foi facilitado pela sua extensa rede de vias de comunicação e sua desenvolvida indústria. Os principais produtos exportados são: madeira beneficiada, laminada e compensada; móveis; couro; rações e adubos; produtos químico-farmacêuticos e metalúrgicos. Entre os produtos importados estão os eletrodomésticos, os gêneros alimentícios, os hortifrutigranjeiros, a madeira bruta, os produtos têxteis e artigos manufaturados em geral.
Os principais shopping centers de Curitiba são Omar Shopping, Palladium Shopping Center, ParkShopping Barigui, Polloshop Alto da XV, Polloshop Champagnat, Portal Plaza Shopping, Shopping Água Verde, Shopping Cidade, Shopping Crystal Plaza, Shopping Curitiba, Shopping Estação, Shopping Itália, Shopping Jardim das Américas, Shopping Mueller, Shopping Novo Batel, Shopping Popular e Shopping Total.
O parque industrial de Curitiba é bem diversificado. A capital paranaense é um dos maiores centros manufatureiros do Brasil. A industrialização começou no início do século XIX com imigrantes europeus que se dedicaram, principalmente, à fabricação de artefatos de couro e de madeira.
Em sua produção destacam-se gêneros alimentícios, mobiliário, minerais não-metálicos, madeira, produtos químicos e farmacêuticos, bebidas e artefatos de couros e peles.
O maior complexo industrial do município é a Cidade Industrial de Curitiba, sendo o maior em extensão territorial e população. É nesse bairro onde se localiza o Conjunto Habitacional Nossa Senhora da Luz, um dos locais mais violentos da cidade.
O Jardim Botânico de Curitiba é um dos cartões postais mais populares da cidade.
Segundo um levantamento feito pela International Congress & Convention Association (ICCA), Curitiba é a sexta cidade brasileira com o maior número de eventos internacionais[77] e, segundo dados da FIPE, é a terceira cidade a receber turistas estrangeiros para fins de negócios.[78]
Em 2006 a cidade ocupou a sexta posição entre as melhores cidades brasileiras para realização de eventos e turismo de negócios; no mesmo ano, o fluxo de turistas superou o número de habitantes. Dos dois milhões de visitantes, pelo menos metade desembarcou a negócios.[79] Para atender à crescente demanda, o parque hoteleiro curitibano se desenvolveu e hoje é considerado o quarto maior do país. Os bons restaurantes e os serviços customizados dos hotéis agradam a 92,4% dos que deixam a cidade, de acordo com dados da Secretaria de Estado do Turismo do Paraná. Em 2007 a capital paranaense foi eleita pela revista Viagem e Turismo, da Editora Abril, como a 4ª melhor cidade brasileira para viagens e turismo, ficando à frente de grandes centros turísticos nacionais, como Fortaleza, Natal, Gramado, Maceió e Recife.[80]
Curitiba foi eleita como melhor destino cultural e melhor custo-benefício para turismo da Região Sul do Brasil na Edição Especial Guia 2008 da Revista Veja O Melhor do Brasil. A matéria ainda cita a localização estratégica da cidade, o que a tornaria uma espécie de capital do Mercosul.[70]
A revista Veja aponta Curitiba como o melhor destino de negócio do Brasil. Noventa e quatro especialistas, escolhidos pela revista, indicam a capital paranaense como a melhor cidade brasileira para investimento. A escolha foi divulgada no suplemento da revista "O Melhor do Brasil - Guia 2007". A cidade vem se tornando um dos maiores e mais importantes centros de tecnologia, atraindo gigantes do setor de informática tanto nas áreas de software quanto de hardware, caminhando para se tornar o polo nacional.
Palácio Avenida, HSBC, na Avenida Luiz Xavier.
Curitiba é conhecida por suas soluções urbanas diferenciadas, notadamente por seu sistema integrado de transporte coletivo que, em conjunto com as vias regulares de trânsito, tem servido como indutor de seu desenvolvimento urbanístico, especialmente a partir da década de 1970.
O sistema de transporte público de Curitiba é habitualmente lembrado por seus terminais de passageiros interligados por canaletas exclusivas para ônibus biarticulados e complementados com o "ligeirinho" e alimentadores diferenciados por cores. Esse modelo tem inspirado experiências similares em cidades de outros países, como Los Angeles e Nova Iorque, onde houve, na década de 1990, a instalação experimental de uma linha de "ligeirinho", ligando a prefeitura ao World Trade Center.
Espalhadas pela cidade e comumente integradas com os terminais de ônibus, estão as Ruas da Cidadania, centros municipais que congregam secretarias e órgãos públicos municipais, estaduais e federais, pontos de comércio, serviços gratuitos de acesso à Internet e equipamentos de lazer, como parques infantis, quadras poliesportivas e canchas de futebol.
O zoneamento urbano da cidade, integrado ao sistema de transporte, tem permitido um desenvolvimento arquitetônico e urbanístico tido, por certos analistas, como coeso e harmônico, sem os principais problemas das grandes metrópoles modernas. Curitiba, inclusive, foi recentemente recomendada pela Unesco como uma das cidades-modelo para a reconstrução das cidades do Afeganistão,[81] após a intervenção militar ocorrida naquele país, em 2001.
Na década de 1990, a cidade foi agraciada com o prêmio United Nations Environment Program, da ONU, considerado o prêmio máximo do meio ambiente no mundo. Em 2003, a cidade recebeu o título de Capital da Cultura das Américas pela entidade CAC-ACC. Em 2006, Curitiba sediou o evento COP8/COP-MOP3 da ONU, realizado na vizinha cidade de Pinhais.
A capital paranaense foi a única cidade brasileira a entrar no século XXI como referência nacional e internacional de planejamento urbano e qualidade de vida;[82] numa pesquisa feita pela revista americana Reader's Digest, foi o município brasileiro mais bem colocado no ranking das melhores cidades do mundo para se viver.[83] Em março de 2001, uma pesquisa patrocinada pela ONU apontou Curitiba como a melhor capital do Brasil pelo Índice de Condições de Vida (ICV)[82] e segundo melhor IDH dentre as capitais.[84]
Vista panorâmica de Curitiba.
As principais centrais elétricas de Curitiba são a Eletrosul, com sede no bairro do Campo de Santana, que abastece toda a região da cidade, e a Copel, que tem suas próprias subestações nos principais bairros da cidade. Há linhões de energia de alta tensão que atravessam a cidade de sul a norte e de oeste a leste, unindo essas subestações para fornecer energia aos setores residencial, industrial e comercial.
Rua XV de Novembro, avenida fechada para o trânsito de veículos em 1972.
Fundamentalmente, o trânsito de Curitiba está estruturado de forma integrada com o transporte de massas via ônibus, por meio dos chamados trinários (sistemas de canaletas exclusivas de ônibus expressos, ladeados por pistas simples para veículos particulares, em sentido contrário e, imediatamente paralelas a estas, vias rápidas com velocidade permitida superior.
A política municipal relacionada a veículos é concebida de forma a diminuir o número de veículos no anel central da cidade, o que é feito mediante a própria intervenção no fluxo viário (diminuição do número de ruas com sentido direcionado para o centro da cidade) e mediante a manutenção de importantes espaços para pedestres, como a Rua XV de Novembro, antes uma das avenidas mais movimentadas da cidade.
Trânsito em Curitiba.
A cidade tem bons índices de cobertura asfáltica, embora ainda haja elevado grau de ruas de chão-batido e sem qualquer identificação nominal (placas de rua) em bairros afastados, como Ganchinho, Tatuquara e Caximba. Alguns críticos apontam que, desde a década de 1970, Curitiba teria se imobilizado na sua imagem de cidade voltada para os ônibus e suas canaletas, deixando de realizar obras de engenharia de grande porte (viadutos, trincheiras etc.) aptas a desafogar o crescente número de veículos que trafegam em suas ruas. Em contrapartida, utiliza-se muito o sistema de binários (duas ruas paralelas mas de sentidos únicos e contrários), que é muito mais barato e não degrada a paisagem urbana.
Com uma frota de 1.019.000 veículos até agosto de 2007, estima-se que Curitiba alcançou uma taxa de motorização de 0,57 veículos por habitante, uma das maiores no Brasil e até superior àquela do município de São Paulo (0,45).
A cidade tem uma rede de ciclovias que, basicamente, interliga os parques e logradouros da cidade. No entanto, alguns críticos apontam que tal sistema é voltado unicamente para o lazer, não havendo um número suficiente de ciclovias para uso laboral que permita que trabalhadores e estudantes possam se deslocar de bicicleta, sujeitando-os a riscos por trafegarem nas pistas veiculares ou nas canaletas de ônibus expressos. Existe um movimento de estudantes universitários que reivindicam melhorias e vias úteis de fato.
Ponto de ônibus da Rede Integrada de Transporte, conhecido como "tubo".
Segundo diversos analistas, o sistema de ônibus de Curitiba é um dos mais modernos e eficientes do Brasil. No entanto, a alta escolha por veículos particulares na cidade aponta problemas no sistema existente, que alguns analistas acreditam estar saturado. Muitos apontam a necessidade de um sistema mais veloz e confortável, como o metrô.[carece de fontes?]
O sistema de ônibus é baseado no conceito criado na capital paranaense, na década de 1970, de Veículo leve sobre pneus (VLP). As canaletas exclusivas para linhas expressas, geralmente carros biarticulados, conectam os terminais integrados nas várias regiões da cidade. O sistema é nomeado Rede Integrada de Transporte.
Um dos ônibus do sistema RIT em uma das avenidas da cidade.
Além da interligação por ônibus expressos, os terminais são providos de ônibus alimentadores, que compõem a ramificação secundária deste sistema e atendem aos passageiros dos bairros próximos aos terminais. Adicionalmente, uma outra categoria de ônibus expressos (os chamados ligeirinhos) provê rápido intercâmbio de passageiros entre um terminal e outro, com trajetos diferentes e poucas paradas intermediárias.
Com a implantação (já iniciada em janeiro de 2007 e previsão de término total até meados de 2008) do sexto eixo (Linha Verde), o Sistema integrará as linhas já estabelecidas (Sul, Boqueirão, Leste e Norte), deslocando o fluxo das linhas Norte-Sul e ainda atendendo diretamente a duas cidades da região metropolitana (Colombo e Fazenda Rio Grande) e indiretamente mais sete cidades limítrofes (São José dos Pinhais, Araucária, Mandirituba, Quitandinha, Quatro Barras, Campina Grande do Sul e Bocaiuva do Sul). Curitiba, apesar de estar com o sistema saturado e necessitando de ampliações e um projeto de integração com o futuro metrô, ainda se revela possuir um bom sistema de transporte, pelo qual inclusive é a unica cidade brasileira a receber o prêmio cidade Sustainable Transport, que é oferecido anualmente aos melhores projetos de transporte público do mundo.[85]
Sistema RIT de Curitiba.
Alguns projetos de implantação de um sistema metroviário em Curitiba já foram estudados, mas nenhum foi implementado. Um projeto que previa a construção de treze quilômetros de um sistema de metrô elevado, criado na administração do ex-prefeito Cássio Taniguchi, chegou a ser projetado e anunciado, inclusive com financiamento do Japan Bank for International Cooperation (JBIC),[86] entretanto um provável desentendimento com os financiadores,[87] que negaram a liberação de recursos, enterrou definitivamente o projeto.[88]
Nos últimos anos, reacendeu a discussão a respeito de uma nova tentativa de implantar o metrô na cidade, desta vez subterrâneo e contando com a injeção de verbas federais, o qual ligaria, numa primeira fase, os terminais de ônibus do Pinheirinho (região sul) ao do Cabral (região norte).[88]
O metrô vai funcionar, subterraneamente,[89] pelas canaletas por onde hoje circulam os ônibus que ligam o bairro Santa Cândida (região Norte) ao Pinheirinho (região Sul) - a futura Linha Azul Santa Cândida/CIC-Sul -, em uma extensão de 22 quilômetros. Apenas no Contorno Sul, em um trecho de aproximadamente dois quilômetros, o "metrô" estará na superfície. Atualmente, um ônibus que faz o trajeto circula a 17 km/h com 270 passageiros. Cada composição do metrô (formada por vários carros) deverá circular a 40 km/h, com 1,2 mil passageiros. O objetivo é que o preço da passagem do metrô seja igual à do ônibus. As obras deverão ter início a partir de 2009.[90]
Outras linhas serão construídas; a primeira etapa será a Linha Azul do Metrô de Curitiba.[91]
Um dos táxis da cidade.
Os táxis são padronizados, de cor laranja com xadrez preto nas laterais e alguns detalhes em preto nos para-choques. A cidade possui uma frota de 2300 veículos, categorizados como comum, especial ou para deficientes. O órgão fiscalizador é a URBS, sendo a Gerência de Táxi e transporte comercial o responsável pela operacionalidade do sistema.
Chamado Transporte Remunerado de Pessoas de Natureza Privada, este tipo de transporte só pode ser efetuado entre pessoas jurídicas, salvo em casos de translados, previamente documentados. Os veículos devem ser todos credenciados junto à URBS e os condutores devem portar os contratos, vouchers e lista de passageiros.
A principal rodovia que liga Curitiba a outros pontos do país é a BR-116 que, por muitos anos, dividiu a cidade em duas porções (norte e sul), cortando os bairros do Pinheirinho, Uberaba, Cristo Rei e Atuba, entre outros, no sentido Porto Alegre-São Paulo. Atualmente o trajeto urbano desta rodovia foi desviado por uma série de contornos rodoviários, notadamente o Contorno Sul, que atravessa o bairro Umbará.
A cidade é ligada ao litoral do Paraná pela BR-277, que atravessa a Serra do Mar até Paranaguá (embora haja, em caráter secundário, a ligação da cidade ao litoral pela histórica Estrada da Graciosa (PR-410), cujo trajeto se inicia no vizinho município de Quatro Barras). Curitiba é ligada ao interior do estado pela Rodovia do Café, no trecho paranaense da BR-376.
Há diversas rodovias secundárias e estaduais que ligam a cidade a outras localidades, como a Rodovia da Uva - PR-417 (Colombo), Rodovia dos Minérios (Almirante Tamandaré e Vale do Ribeira), Rodovia do Xisto (São Mateus do Sul e sudeste do estado) e Estrada do Cerne - PR-090 (Campo Magro e norte do estado).
Curitiba é atravessada por algumas ferrovias, majoritariamente para o transporte de cargas. O Ramal Norte é a ligação com Rio Branco do Sul e serve ao transporte de cal e cimento provenientes de atividades de mineração. Já o Ramal Sul é a ligação com Ponta Grossa e norte do Paraná e serve ao transporte de grãos. Por fim, o Ramal Leste é a ligação com Paranaguá e serve ao transporte de grãos e óleos vegetais.
Atualmente, a única linha de trem dedicada ao transporte de passageiros tem conotação turística. O trajeto é feito entre Curitiba e Paranaguá, com parada em Morretes.
Há um projeto de transferência de toda a malha urbana de trens para a região metropolitana, desviando seu tráfego da área central e proximidades de Curitiba, visando a segurança e agilidade do fluxo de trens e veículos.
Fotografia aérea do Aeroporto Internacional Afonso Pena.
O acesso aéreo a Curitiba é servido principalmente pelo Aeroporto Internacional Afonso Pena, localizado na contígua cidade de São José dos Pinhais. Este é o principal terminal aeroviário internacional da região Sul do Brasil.[75][76] O aeroporto fica a aproximadamente dezessete quilômetros do Centro de Curitiba. O acesso é efetuado através da avenida das Torres (avenida Comendador Franco) e pode ser feito de carro, táxis ou, ainda, pelas linhas de ônibus Ligeirinho Aeroporto ou Executivo.
Entretanto, Curitiba também possui outro aeroporto, o Aeroporto do Bacacheri, localizado no bairro homônimo. Localiza-se juntamente com o centro de comandos do tráfego aéreo brasileiro e o Cindacta II, este o responsável pelo tráfego aéreo da região Centro-Sul do país. O Aeroporto do Bacacheri recebe voos de aviões de menor porte, em comparação com o Aeroporto Internacional Afonso Pena.
Nas últimas décadas, Curitiba tem se consolidado como centro nacional de tratamento em saúde, contando com diversos hospitais e clínicas públicas e particulares, das mais variadas categorias. Alguns analistas apontam que a cidade é ponto de parada do chamado "turismo de saúde" (i.e., quando uma pessoa necessita deslocar-se de seu local de origem para obter atendimento de saúde). Do conjunto de hospitais de Curitiba, destacam-se o Hospital Cajuru, Hospital de Clínicas, o Hospital Evangélico de Curitiba, Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, o Hospital Erasto Gaertner, Hospital São Lucas, Hospital Pequeno Príncipe. Outros hospitais incluem Hospital Ana Carolina Moura Xavier, Hospital do Trabalhador, Vita, Vita Batel, Santa Cruz, São Vicente, Hospital Sugisawa, São Lucas, Hospital da Cruz Vermelha e Hospital Geral de Curitiba, Hospital de Fraturas da XV, Hospital Nossa Senhora da Luz (Psiquiátrico) e INC (Instituto de Neurologia de Curitiba).
A cidade possui vários pronto-socorros, dentre os mais importantes o Hospital Cajuru (principal pronto-socorro da capital e do estado, referência em atendimento ao trauma), Hospital Evangélico de Curitiba (referência em atendimento a queimaduras) e o Hospital do Trabalhador.
Prédio histórico da UFPR, uma das mais antigas universidades brasileiras.
Entre as universidades e faculdades localizadas em Curitiba destacam-se a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Na cidade também estão localizadas a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), o Centro Universitário Curitiba (UNICURITIBA), a Universidade Positivo, a Faculdade de Artes do Paraná (FAP), a Escola de Música e Belas Artes do Paraná (EMBAP), a Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), o Centro Universitário Franciscano do Paraná (UniFAE), o Centro Universitário Campos de Andrade (UNIANDRADE), as Faculdades Integradas do Brasil (UniBrasil), a Faculdade Metropolitana de Curitiba (FAMEC), a Fundação de Estudos Sociais do Paraná (FESP), a Faculdade Internacional de Curitiba (FACINTER), a ESIC Business & Marketing School (ESIC), as Faculdades Integradas Espírita (UNIBEM), o Centro Tecnológico OPET (FAO / CET), a Faculdade Dom Bosco, a Faculdade Doutor Leocádio José Correia (FALEC) e o ITECNE (Instituto Tecnológico e Educacional).
Por força da Constituição Federal, a Guarda Municipal de Curitiba tem a função de proteger os bens, serviços e instalações públicas. Ainda, atendendo ao interesse público e no exercício do seu poder de polícia, atua na prevenção e repressão de alguns crimes, especialmente contra bens e serviços públicos, podendo inclusive prender em flagrante delito os infratores e conduzi-los até a presença de um delegado de polícia, de acordo com o disposto na lei processual penal.
A população de Curitiba e região metropolitana consome aproximadamente 7,5 mil litros de água tratada por segundo, fornecidos pela Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar). Além disso, estima-se que existam na cidade mais de mil poços artesianos (utilizados principalmente por condomínios, empresas e hospitais), que, somados, têm potencial para fornecer uma vazão adicional de aproximadamente 1,5 mil litros por segundo.
A produção de água tratada é efetuada nas unidades de tratamento do Iguaçu, Iraí, Passaúna, Rio Pequeno e Karst, com capacidade total de produção de 9,1 mil litros por segundo.
O sistema integrado atende Curitiba e os municípios de São José dos Pinhais, Piraquara, Pinhais, Araucária e parte dos municípios de Almirante Tamandaré, Campo Largo, Colombo, Campina Grande do Sul, Quatro Barras e Fazenda Rio Grande.
A reserva de água tratada do sistema integrado totaliza 325 mil m³, que correspondem a aproximadamente 50% da demanda diária, distribuída em 39 unidades, de diversas capacidades, que são utilizadas para compensar a demanda nos horários de maior consumo.[92]
Poluição do ar em Curitiba.
O crescimento populacional e urbanístico de Curitiba, a par de transformar a cidade em moderna metrópole, acarretou também em vários problemas urbanos como abastecimento de água insuficiente;[93] diminuição da permeabilidade do solo; alta poluição da maioria de seus rios;[94] esgotamento do aterro municipal, localizado no bairro da Caximba;[95] aumento crescente nos índices de criminalidade e de violência;[96] alto índice de moradores de rua na região central da cidade;[97] e subdimensionamento da rede de transporte urbano, que é incapaz de atender à demanda em numerosas linhas e horários.[98]
Atualmente há um pronunciado inchaço populacional da cidade, favorecendo a explosão demográfica em bairros afastados, como Boqueirão, Xaxim, Pinheirinho e Sítio Cercado e municípios vizinhos, como Fazenda Rio Grande.
E, como outras grandes cidades brasileiras, Curitiba tem pronunciados problemas sociais, como a existência de grandes favelas em alguns bairros e no entorno do município e o expressivo crescimento do contingente de moradores de rua.
Fachada do Teatro Guaíra, com mural de Poty Lazzarotto.
Curitiba tem uma profícua relação com as artes cênicas e teatrais. A cidade sedia desde 1992 um importante festival de teatro (habitualmente composto de atrações internacionais, grande atrações nacionais, montagens locais e uma mostra alternativa), responsável pela atração periódica de um amplo contingente de turistas e por expressiva movimentação cultural. A cidade conta com salas de espetáculo de inquestionável gabarito técnico-acústico, como o Teatro Guaíra, uma das maiores salas, em número de espectadores, da América do Sul. Outros teatros da cidade incluem Teatro Positivo, Teatro José Maria Santos, Teatro Paiol, Ópera de Arame e Teatro Reikrauss.
Curitiba é o local de nascença, moradia e principal inspiração temática do escritor Dalton Trevisan, um dos mais lidos contistas contemporâneos da literatura brasileira. Além disso, a cidade é o berço do controvertido escritor, poeta e compositor Paulo Leminski, autor da antológica obra em prosa experimental Catatau, tida por muitos críticos como excessivamente hermética e críptica, mas não menos genial. Também curitibano foi o boêmio, poeta satírico e imortal da cadeira nº 20 da Academia Brasileira de Letras Emílio de Meneses (1866-1918)[99].
Em Curitiba está a Biblioteca Pública do Paraná, fundada em 1857 e com acervo de quase quinhentos mil livros. A cidade dispõe também do Farol do Saber, uma rede de pequenas bibliotecas espalhadas por diversos bairros.
Curitiba conta com diversos museus, valendo destacar o Museu Paranaense (dedicado às artes plásticas e à história), Museu Oscar Niemeyer (dedicado às artes plásticas), Museu de Arte Sacra (que concentra imagens religiosas e arte sacra em geral), Museu do Expedicionário (dedicado à história da participação brasileira na Segunda Guerra Mundial), Museu de Arte Contemporânea, Museu da Imagem e do Som (cinema e fotografia), Museu Alfredo Andersen (como o próprio nome revela, dedicado às pinturas de Alfredo Andersen), Museu Metropolitano de Arte de Curitiba (arte moderna) e Museu de História Natural (dedicado à biologia e botânica).
Paço da Liberdade, sede do SESC de Curitiba.
A história do cinema curitibano é caracterizada pela sua inconstância e por alternar períodos de cadência intensa com outros de completa inatividade.
O primeiro filme projetado em Curitiba foi em 1897, pouco após a invenção do cinematógrafo pelos Irmãos Lumière. No entanto, até 1930, a história do cinema da cidade se limitou às iniciativas isoladas de apenas três curitibanos: Annibal Requião (que filmou em Curitiba desde 1907 e até 1912), João Baptista Groff e Arthur Rogge.
Na década de 1960, surgiram os primeiros filmes do cineasta Sylvio Back, ligado ao cineclubismo e à crítica cinematográfica e que adquiriria notoriedade em todo o país nas décadas subsequentes (com filmes como Lance maior e Aleluia, Gretchen), produzindo até os dias atuais. Já na década de 1970, surgiu a Cinemateca do Museu Guido Viaro, responsável por relativa movimentação do cenário cinematográfico curitibano e pela descoberta de novos talentos locais (notadamente o cineasta Fernando Severo, também na ativa até os dias atuais). Posteriormente, surgiu uma tendência, na cena local, à produção de documentários, normalmente denuncistas ou atrelados a certos posicionamentos ideológicos. Nesse contexto, destacam-se os trabalhos de Frederico Fullgraf (com trabalhos habitualmente relacionados com a ecologia) e Sérgio Bianchi.
Interior da Ópera de Arame.
Na esfera da gestão pública da produção musical de Curitiba, o Instituto Curitiba de Arte e Cultura (ICAC), criado em 2004, realiza a gestão da área musical da Fundação Cultural de Curitiba, sendo responsável pela promoção dos seguintes corpos estáveis: Camerata Antiqua de Curitiba (coro e orquestra), Conservatório de MPB, Escola de Música e Belas Artes do Paraná, Orquestra à Base de Sopro, Orquestra à Base de Corda, Vocal Brasileirão; Coral Brasileirinho e Orquestra Sinfônica da UFPR.
Interior do Estádio Joaquim Américo Guimarães (Arena da Baixada).
No futebol, Curitiba abriga três clubes relevantes, Clube Atlético Paranaense (cujo estádio é a Arena da Baixada), Coritiba Foot Ball Club (cujo estádio é o Couto Pereira) e Paraná Clube (cujo estádio é a Vila Capanema). A cidade é uma das sedes da Copa do Mundo FIFA de 2014.[100]
No tênis a cidade é referência nacional por ser etapa dos dois maiores torneios de duplas do Brasil, o Circuito Chef Vergé de Duplas de Tênis[101] e o Circuito Centauro de Duplas de Tênis.[102]
inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas IBGE_Pop_2009
inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas IBGE_PIB_2007
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